sábado, 12 de setembro de 2009

Não prometo que isto seja interessante

Regressado de férias, não posso deixar de me juntar ao coro de vozes pela blogosfera indignadas com a fraca qualidade da revisão do texto de Pynchon publicado pela Relógio D'Água. Aquilo parece ter sido dactilografado numa máquina de escrever antiga sem correcção ortográfica automática, por um secretário analfabeto e com perdas de consciência ocasionais que nos deixam pérolas como "Ele parece ter um ser sido instável", bem acompanhadas por uma dispersão aparentemente aleatória de acentos graves e agudos com a mesma precisão com que o Binya poderia um dia distribuir jogo ofensivo no meio campo do Barcelona. O texto todo parece um daqueles exercícios para as crianças do básico tentarem descobrir erros de pontuação, ortografia e sintaxe numa dada frase, e depois reescrevê-la sem erros da maneira que o Pynchon a terá idealizado. Entretanto, o Casanova diz que quanto às gralhas, sendo mais ou menos consensual que o Thomas Pynchon não trabalha para a Relógio D'Água e não teve nada a ver com o assunto, estou-me moderadamente a cagar para elas, especialmente quando há ali um livro sobre o qual é preciso falar. Mas sobre o livro não há muito para falar. É bom mas não deslumbrante. Enquanto nos vamos distraindo com estes aperitivos, vamos esperando que alguém neste país se dedique à inglória tarefa de traduzir Against the Day ou Inherent Vice...e esperar que o Binya melhore a sua técnica e jogo de pés.

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