Nisto do pontapé na bola há sempre as pequenas coisas que me alegram a existência, como o prova o dia de hoje do 2009 da graça do Senhor com a apresentação de Jorge Jesus enquanto treinador do Benfica; os periodistas da especialidade já a salivar com tamanho maná vindo dos céus, ou neste caso da Luz, que vai ser um aninho em cheio para os trocadilhos na primeira página - Jesus salva o Benfica, na graça de Jesus, os ensinamentos de Jesus, a Luz de Jesus e Jesus o salvador – nisto de inventar capas a malta do Record e d’A Bola não perdoa, é como a carestia de vida, o Cardozo ou o cancro de células não-pequenas; e no meio de tudo o Jorge Jesus propriamente dito, o treinador do Benfica mais do Benfica desde que a agremiação foi criada, finalmente um homem no banco que consegue insultar a mãe do bandeirinha, assim, ali mesmo a poucos metros dele, nunca questionem a eficácia de uma caralhada para definir um jogo meus amigos, o mal é esse, como é que um estrangeiro conseguia fazer isso ohporamordedeus. E não me falem em currículo, um homem que nasceu na Amadora e iniciou a carreira a treinar o Amora não precisa de mais currículo, vale por si só, e ainda mais se contarmos com a sua circunstância, a do verdadeiro treinador português, que talvez nunca chegue ao refinamento de um Pacheco e da sua «faca de dois legumes», mas um homem que fala em «tratar do processo de neutralização» de um jogador ou em «assuntos do forno interno do clube» é bom treinador e ponto final; também desde que passámos de um seleccionador que esmurrava os adversários para outro que usa Professor antes do nome tem sido o que se vê, até já empatarmos com a Estónia é um “objectivo cumprido” mesmo se, e volto a citar o bom do Jorge quando levou a rapaziada do Belém a jogar ao Bernabéu, «Com essa equipa dava-lhe 3 de avanço, mudava aos 5 e acabava aos 10».
Jorge Jesus no Benfica é o fim da crise, é Portugal no bom caminho; corre mais, marca mais, menos ais menos ais menos ais e depois por aí fora, que isto de letras de músicas nunca foi muito a minha praia, mas pronto, assim vale a pena, um gajo abre o jornal e lê boas notícias, eu acho que não ficava tão feliz a ler um diário desde que o Público alterou a minha vida assim só com o melhor título de uma notícia de todo o sempre.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
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Muito bom. Agora que a redacção d' "O Crime" se mudou para o "Público" tenho de abandonar a minha fixação com aqueles fascículos diários de carros de corrida em miniatura e começar a comprar jornais diários a sério.
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